As emoções do “Divertida Mente” na vida do assessor de imprensa

 

As emoções do “Divertida Mente” na vida do assessor de imprensa

25
jul

Eu poderia dizer que a vida de assessor de imprensa é chique como o nome – já comentei aqui que acho chique falar que sou assessora de imprensa (haha). Mas nem só de nomes chiques vivemos, tampouco essa é a realidade nua e crua do nosso trabalho. Há muitos sentimentos que envolvem os “corres” do dia a dia e que nem sempre – ou melhor, na grande maioria das vezes – as pessoas desconhecem.

Assisti ao Divertida Mente 2 – já havia assistido ao 1 também – mas na época do lançamento do primeiro filme eu estava começando minha carreira nessa área, então, eu teria ZERO chances de escrever qualquer coisa sobre. Seria rasa tanto quanto um pirex.

Mas sem mais delongas, vamos ao filme e sua relação com esse trabalho lindo que fazemos!

É fácil dizer que a Alegria nos domina quando um jornalista te chama no whats, te manda e-mail, te liga (raro!), mas faz contato com você querendo que seu assessorado seja a fonte para a matéria dele. Alegria nível máximo!

Mas se há Alegria, certamente em algum momento haverá Tristeza, porque afinal a vida é cíclica, altos e baixos vão acontecer.

E se tem uma coisa que me deixa triste é quando a pauta está bem alinhada pra acontecer e, de repente, algo muito urgente acontece e a pauta cai. Como situações do tipo: “Vai ter coletiva agora do governador sobre o pedágio, equipe vai estar lá, não consigo mandar ninguém pra pauta” / “Teve aquele acidente no litoral na madrugada, equipe está indo pra lá, precisaremos remarcar a pauta” – em muitos casos a pauta é esquecida com sucesso! Paciência, vida que segue e a Tristeza que aparece.

E o Medo? Ah, o Medo está sempre ali. Medo de a fonte se esquecer ou perder a hora da entrevista (já contei um bastidor sobre isso, dá uma lida aqui!), medo de na hora da entrevista ao vivo a fonte gaguejar, ficar nervosa e não conseguir passar a informação correta, medo de em certos períodos as pautas não emplacarem como a gente gostaria…

Mas junto com o Medo pode vir também a Ansiedade.

– será que a pauta ficou boa?
– Será que vai ‘rodar’? E se não ‘rodar’?
– Imagina se a gente conseguir o veículo X pra falar sobre? Vai ser massa!
– Ixi, não deu nem pra sair em papel de pão essa notinha. Fala sério!
– Esse dado tá ok, mas seria o suficiente?
– Será que o foco tá legal? Claro que o texto tá ótimo – pra mim (haha), mas vai convencer meus colegas jornalistas?
– Opa, vai rolar a pauta, fonte confirmada. Ops, acabou de desconfirmar.
– Três colegas te mandando mensagem no mesmo momento, calma, já respondo todos.
– “Tem personagem? Seria interessante gravar junto com o médico”. / Vou ver.
– “Esse tema aqui tá em alta, teve um caso aqui no estado, o Dr. pode falar com a gente?” / “Claro, já vejo.”

WOW! A cabeça gira, gira, gira, você dorme pensando nas demandas, acorda pensando no que você ainda não fez e terá que fazer e talvez não consiga fazer do jeito que pensou, e a ansiedade vai tomando conta, e nem respirar nem comer direito você consegue porque tem uma preocupação excessiva e intensa com tudo o que tá acontecendo…

UFA. Respira. Essa tal de ansiedade, quando pega, é violenta, e se você já passou por isso, sabe do que estou falando.

E a Raiva, quem nunca?

Eu: “Oi, fulano, consegui o médico pra você, já te passo todas as infos, só um pouquinho.”
Fulano: “Oie, não precisa mais, já conseguimos aqui! Mas obrigada!”.

Sério, que raiva!!! Jornalista querido, não faça isso com a gente não! (rindo, de nervoso)

E se você for um assessor de imprensa “das antigas”, que atire o caderninho de anotações, post-it, caneta ou o próprio celular quem nunca sentiu Inveja de ver aquela outra fonte aparecer no veículo que você tanto deseja e você, que tinha uma pauta MUITO, mas MUITO parecida – pra não falar igual! – foi ignorado com sucesso! (exemplo, divulgação de uma pesquisa clínica que recruta pacientes voluntários para tratamento gratuito. Quer mais jornalismo de serviço que isso?). Aqui a Raiva, a Inveja e o Nojinho acabam formando um trio parada dura!

A Vergonha também aparece na vida do assessor de imprensa, e aí o que resta é você pedindo mil desculpas pelos ruídos na comunicação (como por exemplo, uma informação validada pelo médico de um evento pontual, mas que depois você vê que não foi tão validada assim…). Ou quando você indicou uma fonte e ela não apareceu (já leu sobre meu drama de quando achei que minha vida de assessoria de imprensa tinha acabado? Dá uma olhada aqui!)

No “Divertida Mente” da vida de um assessor de imprensa, há espaço para vários sentimentos e emoções. Talvez todos num mesmo dia! Mas no final, tudo se encaixa e se ajeita.

Foto: Divulgação/Pixar


 

 

 

A GD Assessoria Médica é comandada por Geziane Diosti, jornalista formada pela PUC-PR, com mais de dez anos de experiência profissional na área de comunicação, em especial assessoria de imprensa, produção de conteúdo para sites, mídias sociais e comunicação corporativa. Já teve passagens pelo Grupo RBS como redatora dos portais hagah, Guia da Semana e ObaOba, além de Kakoi Comunicação, M&C Comunicação e e-governe.

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