Quando a entrevista rendeu preciosos 5 segundos

 

Quando a entrevista rendeu preciosos 5 segundos

02
jul

Tenho contado aqui alguns bastidores da vida de um assessor de imprensa pra mostrar que nem sempre tudo acontece como nós planejamos.

Dias atrás contei sobre a ausência de uma porta-voz numa entrevista ao vivo – sim, isso mesmo que você leu: num ao vivo! E se ainda não leu essa história, clica aqui e dá uma olhadinhaMas vamos para outro ‘causo’.

Esse não foi tão dramático quanto o que citei acima, mas deve ter deixado o editor de vídeo bem nervoso ao pegar a sonora da minha fonte para montar o material.

A entrevista era para uma TV, e a produção precisava de um médico para falar sobre um tema muito comum numa determinada época do ano. A menina da pauta me explicou o contexto, era algo simples, seria necessário uns 10 minutinhos só do médico; a TV iria até o médico, a entrevista seria gravada.

Respondi: “claro, vou te arrumar uma fonte sim, tenho vários especialistas aqui, só preciso ver quem vai conseguir te atender. Mas já te retorno com a confirmação da fonte.”

Bom, fui no nosso grupo de Whatsapp ver quem poderia atender aquele veículo. Uma médica se colocou à disposição e pronto: em menos de 5min estava tudo confirmado. Repassei para a pauteira, alinhamento feito!

No dia da entrevista, tudo certo com a gravação – até porque geralmente depois de uma entrevista eu costumo enviar uma mensagem para o médico perguntando se deu tudo certo, como foi, etc. Nesse dia, fiz a mesma coisa pra médica, e ela me respondeu: “deu sim, acho que fiquei um pouco nervosa, mas deu certo.”

Eu já emendei, toda radiante: “ah, que bom. Mas imagine, deve ter ficado ótimo, Dra.! Muito obrigada, quando for ao ar te aviso”.

Normal. Não levei a sério a declaração dela de que “acho que fiquei um pouco nervosa” porque… quem não ficaria nervoso diante das câmeras, né? Não é algo que acontece todos os dias e por mais treinado que você tenha sido, aquele friozinho na barriga deve bater.

Doce ilusão.

Passa alguns minutos, a produtora da TV me liga, toda querida e também meio sem jeito.

Produtora: “Oi, Gezi, tudo bem?”
Eu: Oi, Fulana, tudo sim, e você? Deu certo a entrevista né? Falei com a Dra. há pouco”
Produtora: Claro, deu sim. Ela é uma querida, né.
Eu: sim, sim, bem boa gente!
Produtora: Mas então…

Para tudo. Quando alguém começa com “Mas então…”, aí tem.

Ela continuou: “Mas então… negócio é o seguinte: o repórter me passou que ela estava muito nervosa, muito nervosa. A gente sabe que ela sabe sobre o tema, mas o nervosismo dela estava demais… e o repórter disse que a gente vai ter que fazer um milagre aqui pra pegar alguma sonora dela que salve a matéria”.

Sem saber o que falar, só falei que era uma pena, que sim, ela sabe sobre o assunto – tinha que defender meu cliente!, mas que infelizmente ela deveria estar nervosa mesmo, “até comentou comigo há pouco, me mandou uma mensagem aqui”.

“E aí”, prosseguiu, “só tô te avisando porque a gente vai ver o que consegue salvar, e se não der, talvez nem vá pro ar. Mas vamos tentar dar um jeito aqui, tá? Obrigada!”

Desliguei o telefone, não tinha muito o que fazer, o jeito era aguardar pra saber se teríamos um resultado daquela entrevista.

Para resumir, a entrevista foi ao ar, e a sonora do meu cliente durou incríveis 5 segundos, sendo bem generosa.

Foi o que deu pra aproveitar, foi o que tínhamos para o momento. Paciência!

No fim das contas, naquele precioso trecho de 5 segundos a médica não parecia nervosa, mas não tenho a menor ideia do malabarismo que o editor de vídeo deve ter feito para salvar o material.

Foto: Divulgação


 

 

 

A GD Assessoria Médica é comandada por Geziane Diosti, jornalista formada pela PUC-PR, com mais de dez anos de experiência profissional na área de comunicação, em especial assessoria de imprensa, produção de conteúdo para sites, mídias sociais e comunicação corporativa. Já teve passagens pelo Grupo RBS como redatora dos portais hagah, Guia da Semana e ObaOba, além de Kakoi Comunicação, M&C Comunicação e e-governe.

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