No próximo dia 26 de abril é o Dia Nacional da Prevenção e do Combate à Hipertensão Arterial. Considerada uma doença silenciosa, a hipertensão atinge cerca de 25% da população brasileira, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBS). Para a endocrinologista da Neoclinical e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Camila Luhm, na maioria das vezes não é possível identificar a causa da hipertensão arterial, mas é possível traçar alguns fatores responsáveis.
“Algumas causas não são possíveis mudar, tais como pré-disposição genética, a raça e a idade (o envelhecimento aumenta o risco). No entanto, há outros fatores que chamamos de modificáveis, que são aqueles relacionados ao estilo de vida e que podemos tratar e prevenir: sedentarismo, excesso de sal na dieta, consumo de álcool exagerado, tabagismo e o estresse”, avaliou a endócrino.
De acordo com Camila, uma das principais características da hipertensão – e um dos fatores que tornam a doença tão perigosa – é a ausência de sintomas. “Apesar de subidas ou quedas repentinas da pressão arterial causarem alguns sintomas, como tontura e sangramento nasal, a doença costuma ser silenciosa, mesmo quando está descontrolada. Por isso, o prejuízo se acumula em longo prazo e, sem saber dos riscos que está correndo, o paciente fica mais exposto às complicações graves da doença, que podem surgir subitamente”, ressaltou.
Principais riscos para hipertensos
Sem o tratamento adequado, a hipertensão pode causar inúmeros danos à saúde. A pressão alta provoca uma agressão que deteriora os vasos sanguíneos até que eles se rompam ou se fechem.
“Quando não é tratada”, lembra Camila, “a doença gera danos em diversos órgãos, como o coração, o cérebro, os rins e os olhos. Entre as complicações estão doenças do coração como infarto e insuficiência cardíaca, danos cerebrais como acidente vascular cerebral (AVC) e demência, lesão nos rins podendo levar insuficiência renal (paralisação dos rins) e até mesmo alterações na visão que podem levar à cegueira”.
Dicas para pacientes hipertensos
Mais uma vez a alimentação saudável e a prática da atividade física aparecem como a dupla mais indicada para que a doença seja controlada. Mas há outras dicas importantes que ajudam a deixar a pressão controlada. A doutora Camila listou algumas:
1 – Tenha uma alimentação saudável
Evite: açúcares e doces, frutas, derivados de leite na forma integral, com gorduras, carnes vermelhas com gorduras aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados como embutidos, conservas, enlatados, defumados, charque.
Prefira: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados.
2 – Exercite-se!
Pratique atividade física pelo menos cinco dias por semana. Faça caminhadas, suba escadas em vez de usar o elevador, ande de bicicleta, nade, dance.
3 – Menos sal!
Diminua a quantidade de sal na comida. Use no máximo uma colher de chá para toda a alimentação diária. Não utilize saleiro à mesa e não acrescente sal no alimento depois de pronto.
4 – Diminua o consumo de bebidas alcoólicas.
5 – Não fume!
Depois da hipertensão, o fumo é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares.
6 – Xô, estresse!
Controle o estresse (nervosismo). Tente administrar seus problemas de uma maneira mais tranquila. A “arte de viver bem” é enfrentar os problemas do dia a dia com sabedoria e tranquilidade.
7 – E sua pressão, como vai?
Meça sua pressão arterial regularmente, pois somente desta forma podemos fazer o diagnóstico nas fases iniciais da doença, antes das complicações.
8 – Siga as orientações do seu médico!
Se for necessário utilizar medicamentos, tome as medicações conforme a orientação médica. Se tiver qualquer dúvida sobre o medicamento, converse com seu médico. Compareça às consultas regularmente e não abandone o tratamento.
Qual a pressão ideal?
O valor considerado ótimo de pressão arterial para minimizar os riscos de problemas cardiovasculares situa-se abaixo de 120 x 80 mmHg (12 por 8). Mas o valor normal de pressão arterial é abaixo de 130/85 mmHg. Ou seja, para a maioria da população, a pressão arterial deve estar abaixo de 140 e/ou 90mmHg, exceto para os diabéticos (<130/85 mmHg) e renais crônicos (indo até < 120/75 mmHg).