A morte de um menino de 2 anos, em Montes Claros (MG), depois de se engasgar com uma peça de brinquedo, deixou os pais em alerta. A fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba Carla Maffei, lembra que a supervisão, presença e atenção dos pais com os filhos é a melhor forma de prevenir contra este tipo de situação, que pode levar à morte.
“Os pais não devem, de forma alguma, ofertar brinquedos de tamanho pequeno às crianças, pois elas podem levá-los à boca. Se forem crianças pequenas e se engasgarem com um objeto pequeno e liso, muito provavelmente será engolido. Se o brinquedo tiver pontas, pode deixar preso à garganta, no esôfago ou ainda causar obstrução de via aérea inferior”, explicou a especialista.
Carla lembra que se o objeto estiver na boca, os pais devem removê-lo com os dedos de imediato.
“Caso não seja possível, a criança deve ser levada de imediato ao hospital mais próximo, para que o médico possa remover o objeto, ou o endoscopista possa pinçar este objeto com cuidado”, reforçou a especialista.
O importante, segundo a doutora, é cuidar para que no ambiente onde a criança esteja não haja objetos e brinquedos pequenos que possam ser levados à boca. “Além do engasgo há o risco da toxidade do material. Por isso levá-lo ao atendimento médico é de crucial importância”, alertou.
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Quem é mãe de primeira viagem fica um pouco aflita quando o bebê engasga, principalmente depois da amamentação. Mas sabendo a maneira correta de amamentar, a alimentação se torna mais segura e tranquila.
A fonoaudióloga explicou por que o engasgo acontece e também esclareceu a dúvida de algumas pessoas que dizem que quando alguém engasga é porque o alimento entrou no ‘buraco errado’.
“O ‘buraco errado’ se refere à fisiologia da deglutição. O caminho por onde segue o alimento se inicia na fase oral, onde o alimento é triturado e pulverizado na boca pela mastigação e ejetada para a faringe pelo movimento da língua. Na faringe há dois caminhos – os tais buracos, como dizem por aí: o esôfago e a laringe. O esôfago conduzirá o alimento da boca ao estômago e a laringe conduz o ar ao pulmão. Estas duas estruturas são muito próximas e quando há um desequilíbrio entre estas estruturas ocorre o ‘engasgo’. Ou seja, o alimento, em vez de seguir para o esôfago e estômago acaba penetrando na laringe e pulmão, ocasionando o ‘engasgo’. Se repetida várias vezes pode ocasionar a pneumonia broncoaspirativa”, explicou a especialista.
É possível prestar atenção em alguns cuidados para que o bebê não engasgue após a amamentação ou a ingestão de outro alimento. A doutora Carla listou importantes orientações para alimentar a criança de modo seguro:
1 – Posicione o bebê sentado em seu colo, e não deitado;
2 – Certifique-se de que o bebê tenha uma boa embocadura no seio (‘pega’) ou no bico da mamadeira;
3 – Se o bebê estiver sendo alimentado pela mamadeira, observe se o bico é de característica ortodôntica, e com o furo realizado por uma agulha. As marcas mais recomendadas são da Chuca e Nuck, que evitarão que o bebê engula o ar enquanto mamam, pois possuem válvulas anti-cólicas;
4 – Após a mamada, coloque o bebê na postura em pé em seu colo com a cabeça apoiada no ombro, batendo de leve nas costas;
5 – Nunca agite o bebê após a mamada. Ao contrário do que muitas pensam, com esse movimento facilitará o vômito, engasgos e o refluxo gastroesofágico;
6 – Mantenha-o na postura em pé para arrotar;
7 – Após cerca de trinta minutos nesta postura coloque o bebê no berço, se possível com a cabeceira elevada, para evitar refluxo gastroesofágico.
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A melhor postura para acomodar um bebê no momento de dormir, de acordo com Carla, é de lado e com a cabeceira do berço elevado, mudando de posição sempre que possível. “Nunca de barriga para cima”, alerta.
Caso a criança se afogue, a orientação é colocá-la no colo de barriga para baixo e bater nas costinhas para que, por ação da gravidade, consiga expelir o alimento que “engasgou”.
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