Obesidade é uma doença crônica e deve ser tratada

 

Obesidade é uma doença crônica e deve ser tratada

09
abr

Doces, chocolates, bolos, sanduíches, refrigerantes, fast-foods, salgadinhos: resistir às tentações do dia a dia não é uma tarefa fácil, principalmente para aqueles que têm problemas com a balança e alguns problemas de saúde. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 10 anos a população obesa no Brasil passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, e um dos principais motivos para que os brasileiros tenham engordado foram os maus hábitos alimentares e o sedentarismo.

Para a endocrinologista da Neoclinical e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) Camila Luhm, ficar de olho na alimentação, principalmente na qualidade e quantidade dos alimentos que se ingere, é fundamental para não entrar, de vez, nos índices de obesidade.

“A obesidade é, sim, uma doença crônica e precisa ser controlada durante toda a vida. Ao contrário do que muitos pensam, a obesidade vai além de uma ‘simples força de vontade’ em parar de comer. Essa é uma doença crônica de ordem multifatorial, que envolve componentes genéticos, psicológicos, endócrinos e comportamentais”, avalia a especialista.

Causas da obesidade
A principal causa da obesidade é o desequilíbrio entre calorias ingeridas e calorias queimadas pelo organismo, provocado normalmente por um dieta pouco saudável e falta de atividade física. Sempre que a energia proveniente da alimentação for superior àquela que gastamos, as calorias excedentes armazenam-se no tecido adiposo sob a forma de gordura. Segundo Camila, qualquer tipo de comida pode engordar dependendo da quantidade ingerida.

“O importante é apostar no equilíbrio: saber escolher alimentos nutritivos e a quantidade de cada um deles. Outro ponto é não ficar dependente do que se vê na balança: nem todo aumento de peso significa obesidade. Muitos atletas, por exemplo, têm peso alto, mas não são obesos, e apresentam esse peso devido a massa magra/muscular. Então, vale sempre lembrar que o que importa é a composição corporal (% massa gorda e massa magra), orienta Camila.

Consequências da obesidade
A consequência mais grave da obesidade é o aumento das taxas de mortalidade, principalmente em decorrência de maior ocorrência de eventos cardiovasculares. A obesidade se associa com grande frequência a condições tais como dislipidemia (presença de níveis elevados de gordura no sangue), diabetes, hipertensão e aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias), conhecidos fatores de risco coronariano. A endocrinologista também faz um alerta para a predisposição a outros problemas de saúde.

“A obesidade predispõe a outras condições mórbidas tais como pedra na vesícula, gordura no fígado, artrose, apneia obstrutiva do sono, alterações dos ciclos menstruais e redução da fertilidade. Além disso, é um fator de risco bem determinado para alguns tipos de câncer, como intestino (cólon e reto), próstata, vesícula biliar, endométrio e mamas. Muitas mulheres têm receio de fazer reposição hormonal pelo medo de câncer de mama, mas estar acima do peso aumenta mais a chance de câncer de mama que o uso de hormônios”, lembra a especialista.

Aposte na reeducação alimentar
O tratamento da obesidade envolve mudança de estilo de vida e, para isso, é preciso que as pessoas estejam dispostas a mudar. “As pessoas que precisam emagrecer devem seguir não uma dieta restritiva e sim fazer uma reeducação alimentar, corrigindo os hábitos alimentares errados, um dos fatores responsáveis pelo aumento de peso. Novos hábitos são adquiridos com a prática no dia a dia. É preciso também praticar exercícios físicos regularmente e procurar ser mais ativo. Uma boa noite de sono também é fundamental nesse novo estilo de vida”, aconselha Camila.

‘Gordices’? De vez em quando, pode sim!
Sem radicalismos! A especialista não vê problemas em consumir doces, frituras e fast-foods, desde que moderadamente. O importante é fazer da alimentação um momento prazeroso e não algo sacrificante.

“A reeducação alimentar é uma alimentação que contém todos os grupos de alimentos considerados ‘saudáveis’ e também os ‘não saudáveis’. No dia a dia, devemos consumir frutas, verduras, legumes, grãos integrais, castanhas, carnes magras, leites e derivados magros. Doces, frituras e guloseimas também podem fazer parte desta alimentação, desde que consumidos com moderação. O importante é que as pessoas tenham prazer ao se alimentar ao invés de culpa”, finaliza Camila.


 

 

 

A GD Assessoria Médica é comandada por Geziane Diosti, jornalista formada pela PUC-PR, com mais de dez anos de experiência profissional na área de comunicação, em especial assessoria de imprensa, produção de conteúdo para sites, mídias sociais e comunicação corporativa. Já teve passagens pelo Grupo RBS como redatora dos portais hagah, Guia da Semana e ObaOba, além de Kakoi Comunicação, M&C Comunicação e e-governe.

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