Perda de olfato afeta a qualidade de vida e segurança dos pacientes

 

Perda de olfato afeta a qualidade de vida e segurança dos pacientes

26
abr

Sentir o cheiro do café fresquinho, daquele pão quentinho saindo do forno ou até mesmo do perfume preferido é absolutamente normal para quem tem o olfato bem definido. Mas já parou para pensar se você parasse de sentir cheiros com o passar do tempo?

Segundo o otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba e Membro Efetivo da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) Gustavo Murta, há dois tipos de perda de olfato: a temporária (hiposmia), causada por uma gripe, crises alérgicas ou resfriados, e a permanente (anosmia), em casos pós-traumáticos de longa data ou pela idade avançada, por exemplo, Existem diversas causas para o problema, e cada caso precisa ser avaliado com precisão.

O diagnóstico para a perda de olfato é feito com anamnese, exame físico e exames complementares. Dependendo da suspeita da causa, os exames complementares mudam. Por exemplo, no caso de suspeita de traumatismo uma tomografia é fundamental, diferente do caso de um indivíduo que apresentou hiposmia logo após uma gripe (causa pós-infecciosa)”, lembrou o especialista.

Consequências da perda de olfato
O olfato é fundamental para tarefas básicas do cotidiano, além de servir como uma forma de proteção. Ficar sem a capacidade olfativa pode levar o paciente a não detectar odores perigosos, como por exemplo, a fumaça de incêndios ou escape de gás em casa, além de alterações no paladar. Há, ainda, o fato de a perda olfatória estar associada à parosmia, que é definida como a sensação distorcida do olfato.

“Por exemplo: o indivíduo normal sente odor de pipoca e o indivíduo com parosmia vai sentir outra sensação olfatória para o mesmo odor, por exemplo, borracha queimada”, acrescentou o especialista.

Em ambas as situações – hiposmia e parosmia – existem prejuízos na qualidade de vida, e esse dano é maior na parosmia, conforme exemplifica Gustavo.

“O indivíduo com distúrbio olfatório pode apresentar diversas queixas: não sente o próprio cheiro do corpo (pode levar a problemas no relacionamento e no trabalho); não sente cheiro do gás de cozinha e de fumaça (representa um risco à saúde). Como a hiposmia, em geral, vem com perda parcial do paladar, o indivíduo pode não perceber gosto de comida estragada ou contaminada, além de perder o prazer de se alimentar pela perda do paladar e de não poder desfrutar do prazer de sentir os mais variados aromas e odores – perfumes, alimentos, flores, brisa do mar e tantos outros. E finalmente, o indivíduo com parosmia apresenta distorções destes odores”, esclareceu o otorrino.

Principais causas
Há mais de 200 causas descritas de perda de olfato. As principais são: envelhecimento, pós-traumatismo cranioencefálico, pós-infecção de vias aéreas superiores e rinossinusite crônica. Existe, ainda, uma causa importante que é a idiopática, quando não se descobre definitivamente qual foi a causa do problema.

Gustavo também explicou que a perda olfatória ocorre em três situações – ou numa combinação delas.

“É importante citar três ocasiões: 1º, quando há lesão do epitélio olfatório, localizado internamente do nariz na parte mais alta; 2º, quando existe bloqueio na passagem do ar em direção ao epitélio olfatório (como nas rinossinusites crônicas, por exemplo); e 3º, quando há alterações na interpretação ou processamento do estímulo olfatório no Sistema Nervoso Central, como é o caso de doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer”, esclareceu.

Fumar x perda de olfato
Além de o cigarro causar inúmeros malefícios para a saúde como câncer de boca, irritação e inflamação na garganta e vias aéreas, aumento da pressão arterial, doenças do coração, entre outros, ele também é causa reconhecida de perda olfatória (hiposmia) devido à agressão que a fumaça causa no epitélio olfatório. No entanto, segundo o doutor Gustavo, em relação à perda total do olfato (anosmia) não é possível justificá-la apenas pelo tabagismo.

“O importante é lembrar que sempre há tempo para parar de fumar. Sabe-se que uma vez se interrompendo o tabagismo a função olfatória pode lentamente e gradualmente apresentar melhora espontânea”, afirmou o otorrino.

Tratamento para perda de olfato
Há alguns anos não existia nada muito concreto para o tratamento da maioria dos distúrbios do olfato. Mas atualmente, dependendo da causa do problema, há diversos métodos de recuperação. “O recomendado”, orienta Gustavo, “é que o paciente que sofre desta enfermidade procure atendimento com um otorrinolaringologista para receber mais informações”.


 

 

 

A GD Assessoria Médica é comandada por Geziane Diosti, jornalista formada pela PUC-PR, com mais de dez anos de experiência profissional na área de comunicação, em especial assessoria de imprensa, produção de conteúdo para sites, mídias sociais e comunicação corporativa. Já teve passagens pelo Grupo RBS como redatora dos portais hagah, Guia da Semana e ObaOba, além de Kakoi Comunicação, M&C Comunicação e e-governe.

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