Dia 25 de maio é o Dia Internacional da Tireoide. Considerada a ‘comandante’ do metabolismo, a tireoide é uma importante glândula para o bom funcionamento de vários órgãos e desempenha um papel fundamental em nossa saúde e bem-estar.
Segundo a endocrinologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional PR, Dra. Maria Augusta Karas Zella, a glândula tireoide produz os hormônios T3 e T4, e é responsável por regular a função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
“Quando não funciona da maneira correta, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo, ou em excesso, ocasionando o hipertireoidismo. Vale lembrar que os hormônios T3 e T4 são muito importantes em todas as fases da vida, desde a formação dos órgãos fetais (principalmente o cérebro), o crescimento, o desenvolvimento, a fertilidade e a reprodução até a velhice”, ressalta a endócrino.
Pacientes com doenças da tireoide não estão no grupo de risco para a infecção Covid-19, mesmo se a causa do transtorno for de natureza autoimune, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. Somente se essas condições estiverem descompensadas ou não tratadas, é que devemos procurar um médico.
Segundo a doutora Maria Augusta, os pacientes com doenças de tireoide devem seguir as mesmas orientações do Ministério da Saúde destinadas à população geral.
“É importante lembrar que o paciente precisa manter o bom controle, tanto do hipotireoidismo quanto do hipertireoidismo. Se necessitar de internação hospitalar, é importante que a equipe médica responsável seja informada sobre o tratamento utilizado para doenças tireoidianas, com o nome e doses de medicamentos em uso”, ressaltou.
A disfunção da tireoide de cada paciente é única, e nem todas as pessoas sofrem todos os sintomas produzidos pela doença. Mas é possível ficar atento a alguns sintomas. Confira alguns sinais listados pela especialista:
1 – Aumento de volume na região do pescoço: as duas disfunções tireoidianas (hipotireoidismo e hipertireoidismo) são muito diferentes entre si mas, nos dois casos, a glândula tireoide pode se tornar maior do que o normal, podendo até ser visível ou percebida na parte inferior da garganta. Bócio é o nome médico da glândula tireoide de volume aumentado.
2 – Alteração de peso: se houver perda ou aumento de peso, sem mudança na alimentação ou grau de atividade física, é indicado investigar disfunção hormonal tireoidiana. Lembrando que a obesidade não pode ser causada pelo hipotireoidismo. Esta disfunção hormonal não tratada se associa apenas a um ganho leve de peso (2 a 4 kg), em geral por retenção de líquidos.
3 – Cansaço excessivo: a tireoide é um importante regulador do nosso metabolismo, assim sendo, se ela fica ‘preguiçosa’ e passa a produzir menos hormônios tireoidianos (hipotireoidismo), o metabolismo do corpo fica lento também e causar sintomas como sonolência excessiva, cansaço e falta de disposição, lentidão e dificuldade para exercer as tarefas e funções habituais.
4 – Alteração do humor: sintomas como agitação, ansiedade, irritabilidade e insônia podem ocorrer no hipertireoidismo, assim como depressão e falta de memória podem ocorrer no hipotireoidismo.
5 – Alteração do hábito intestinal: pacientes com hipotireoidismo podem apresentar constipação, e pacientes com hipertireoidismo podem apresentar diarreia.
Pacientes com doenças na tireoide e que pretendem engravidar devem ficar atentas, isso porque os hormônios da tireoide são fundamentais para a saúde da mãe e do feto na gestação. Enquanto a tireoide do feto não está formada, ele depende exclusivamente do hormônio materno.
A tireoide do feto começa a ser formada a partir da 8ª semana de gestação. Nas mães, as disfunções da tireoide podem alterar a pressão arterial e aumentar o risco de abortos e partos prematuros.
Para aquelas pacientes que sabem que possuem disfunções na tireoide e descobrem a gravidez, a orientação é que o médico seja informado com urgência, para que as doses dos medicamentos sejam ajustadas. Com o acompanhamento adequado é possível reduzir o risco de complicações para o bebê e a mãe.
Certamente você já ouviu essa frase, mas saiba que ela está errada. A doutora Maria Augusta explicou: “Tireoide é um órgão (como são os rins, o pâncreas, o coração) e não uma doença. Então, quando alguém diz que ‘tem tireoide’, talvez ela esteja querendo dizer que tem problemas na tireoide (hipotireoidismo, nódulos, etc.)”, esclareceu.
Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, a campanha intitulada “Tireoide e Coração”, que seria realizada entre os dias 25 a 29 de maio pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, foi adiada para 2021. As ações serão apenas virtuais ao longo da próxima semana, para evitar aglomerações e contato físico.
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