Você ronca? Essa é uma pergunta que dificilmente teremos a resposta sozinhos: se dissermos que sim, é porque certamente alguém já nos deu essa degradável notícia. Ao dormir, os músculos do pescoço relaxam e a via respiratória superior se fecha parcialmente, dificultando a passagem do ar para os pulmões. Esse estreitamento das vias respiratórias provoca uma vibração na garganta, que gera o ruído do ronco.
Segundo o otorrinolaringologista Diego Malucelli, do Hospital Otorrinos Curitiba, o ronco afeta sobretudo os homens acima dos 35 anos e as mulheres na menopausa, e os maus hábitos de vida são os principais fatores para que ele se manifeste. “O fumo, a ingestão de bebidas alcoólicas e o excesso de comida, principalmente à noite, contribuem muito para esse problema”, alerta.
As principais causas para esse ruído que incomoda muita gente são o desvio de septo, amígdalas e adenoides hiperatrofiadas, obstruções nasais e até mesmo uma simples rinite, mas o especialista ressalta: “a obesidade é uma das mais importantes causas de ronco”.
Apneia x Ronco
O otorrinolaringologista explicou, ainda, qual a relação existente entre o ronco e a apneia do sono. “Nem todas as pessoas que roncam têm apneia. O ronco pode ser apenas um dos sintomas da apneia, que é a obstrução parcial ou total das vias enquanto o paciente dorme”.
De acordo com o doutor Diego, a apneia pode provocar graves consequências para a saúde do paciente. “O ronco pode, muitas vezes, ser um problema maior para quem o escuta. No caso da apneia estamos nos referindo a uma doença mais grave com várias consequências, desde a irritabilidade, a depressão, a sonolência diurna, a dificuldade de concentração, a dor de cabeça crônica, a impotência sexual, até aquelas mais graves, como o aumento do risco de hipertensão, derrame (AVC) e diabetes”, acrescentou.
Como identificar a apneia?
Para identificar a apneia é feita a polissonografia, exame que identifica os distúrbios do sono e que é realizado no Hospital Otorrinos Curitiba. Há vários tratamentos para a apneia, desde a mudança nos hábitos de vida, como parar de fumar e o início da prática de atividades físicas, o uso de medicamentos e até a utilização do CPAP, aparelho que previne a obstrução da garganta durante o sono, ajudando o paciente a dormir melhor.
Quanto mais cedo for tratado o problema, mais qualidade de vida o paciente terá. “A apneia do sono aumenta a probabilidade de o paciente desenvolver patologias potencialmente letais, então podemos classificá-la como um problema médico grave, que pode contribuir para certos transtornos que podem colocar a vida do paciente em perigo. Por isso é importante o tratamento o quanto antes, pois uma boa noite de sono ajuda a diminuir o estresse, melhora o humor e o raciocínio”, finalizou o especialista.