Tem gente que só usa protetor solar no verão, mas se esquece que o sol está presente também nas demais estações do ano. Ou ainda: quando está nublado, alguns nem lembram de se proteger porque acham que o sol “desapareceu”. Segundo a dermatologista Luz Marina Hannah Grohs, da Neoderme, a proteção deve ser feita diariamente, até mesmo em dias nublados.
“A presença de nuvens pode atenuar a incidência de radiação, mas somente quando são nuvens profundas e escuras (nuvens de chuva) que bloqueiam quase que totalmente a radiação, enquanto que nuvens claras protegem muito pouco. A recomendação para os meses mais frios e nublados é usar pelo menos uma vez ao dia o filtro solar, principalmente no período crítico de radiação, entre 10h e 15h, inclusive em dias com poucas nuvens”, explica a dermatologista.
No verão, o Sol atinge posições mais elevadas em relação ao horizonte do que no inverno e, portanto, os fluxos de radiação ultravioleta são mais intensos. O que acontece nos meses de inverno, por conta da sensação térmica menor, é que as pessoas deixam de usar o filtro solar e se expõem mais sem proteção, o que cumulativamente, a longo prazo, acabam se expondo mais à radiação e, consequentemente, aos seus danos.
FPS acima de 30
Pessoas de pele morena e clara: todos devem se protetor contra os raios solares. De acordo com a doutora Hannah, no geral recomenda-se o uso de protetores solares com fator de proteção solar (FPS) superior a 30 e com proteção UVA. “Quanto maior o filtro solar, maior a proteção para queimaduras solares e mais proteção para o câncer de pele, pois mesmo antes de a pele ficar vermelha, já ocorre o dano celular, aumentando a chance, a longo prazo, de desenvolver um câncer de pele”, alerta.
Pessoas de pele muito clara, ruivas ou com muita facilidade para se queimar ao sol devem usar pelo menos um FPS maior que 30, pois nestes casos há um bloqueio maior do sol, prevenindo contra o câncer de pele mais comum neste grupo de pessoas.
Pessoas de pele morena ou negra, apesar de terem uma resistência um pouco maior contra os raios solares, também precisam se proteger. “Elas têm uma proteção muito pequena pelo tom de pele – algo em torno de FPS 10 -, mas mesmo assim precisam se proteger do sol, pois também são suscetíveis a câncer de pele e problemas com manchas”, explica a especialista.
Exposição ao sol no horário certo
A exposição solar depende de vários fatores: climáticos, latitude, condição de nuvens, entre outros. De acordo com a dermatologista, por conta dessa variação é interessante pesquisar o nível de radiação para a sua região e horário do dia conforme previsão dos sites meteorológicos. “Conforme o nível de radiação (baixa, alta, muito alta), orienta-se o tipo de proteção solar. Por exemplo: em horários de radiação alta ou muito alta, deve-se evitar exposição direta, e usar chapéus, óculos de sol e vestimenta adequada. Mas no geral, o horário crítico de exposição é entre as 10h e 15h, ou seja, devemos evitar esse intervalo. Além disso, é importante lembrar de aplicar o protetor solar 15min antes da exposição ao sol”, ressalta.
Malefícios do excesso de sol na pele
A especialista explica que, a longo prazo, o sol danifica as fibras elásticas e colágenas da pele, gerando um fenômeno conhecido por ‘elastose solar’, que é a pele enrugada, amarelada e cheia de sulcos. “A pele fica muito mais envelhecida, e vão surgindo várias manchas, tanto escuras quanto brancas. A pele danificada pelo sol também fica mais ressecada, necessitando de hidratação extra”, aconselha a especialista.
De acordo com os hábitos de exposição solar ao longo da vida, a pessoa fica suscetível ao câncer de pele, mais comum perto dos 50 anos. No entanto, por conta de excessos ao sol, cada vez mais a faixa etária está diminuindo.