Aquela ideia de que tatuagem é para sempre já ficou no passado. Hoje, com os tratamentos a laser disponíveis, é possível remover aquele desenho na pele com algumas sessões. Mas é importante que o paciente saiba em quais condições o tratamento terá o efeito desejado.
A dermatologista da Neoderme e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Giseli de Mattos Diosti Stein lembrou que os resultados na remoção das tatuagens dependem de muitas variáveis como cor, mistura de pigmento, densidade do pigmento na pele, localização no corpo e tipo de pele. A remoção de tatuagens ao redor dos olhos, por exemplo, requer um cuidado especial devido à localização. Tatuagens nos antebraços e pernas podem ser de mais difícil remoção.
“O paciente deve ter uma expectativa bem realista quanto ao resultado, por isso é importante uma consulta com especialista para que ele avalie o caso. Os pigmentos coloridos podem não sair completamente e necessitar de vários tipos de laser para o clareamento. Geralmente depois de removido o pigmento, pode ficar uma mancha mais escura ou mais clara que a pele no local da tatuagem”, esclareceu a dermato.
Tipos de laser para remoção de tatuagem
Os lasers mais utilizados para o tratamento de tatuagens são os lasers do tipo Q-switched, que são lasers que emitem pulsos de energia muito altos em um período muito curto de tempo (nanossegundos). Isso permite que o tratamento seja mais eficaz e com menos riscos. Existem lasers Q-switched com variados comprimentos de onda, cada um sendo indicado dependendo da cor da tatuagem.
Os pigmentos escuros como o preto e azul escuro têm resultado mais satisfatório ao tratamento de remoção. Já os pigmentos verdes, amarelos, rosas e brancos respondem com mais dificuldade.
Preparação para remover tatuagem
A dica, segundo a dermatologista, é que o paciente não se exponha ao sol antes do procedimento, pois a pele bronzeada compete na absorção da luz do laser, aumentando o risco de bolhas e manchas após as sessões. Outra orientação é sobre o uso de alguns medicamentos.
“O uso de alguns medicamentos também deve ser informado ao médico pois pode contraindicar a aplicação. E a presença de alergias ou doenças localizadas também deve contraindicar temporariamente a aplicação do laser”, acrescentou Giseli.
É o caso de pacientes com psoríase e vitiligo, por exemplo. Eles podem tratar as tatuagens com laser, mas nesses casos o ideal é que seja feita uma área de teste antes do início das sessões. “O laser pode ser um fator de risco para o aparecimento de lesões no local das tatuagens em pacientes com doenças como vitiligo ou psoríase, por isso é indicado um acompanhamento dermatológico intensivo durante o tratamento”, ressaltou a especialista.
Depois das sessões de remoção…
A curiosidade da maioria dos pacientes que fazem o procedimento é saber como fica a pele depois das sessões. De acordo com a dermatologista, imediatamente após a aplicação aparece vermelhidão, inchaço e a área da tatuagem fica branca. Pode também ocorrer um pequeno sangramento e até bolhas. “Logo na sequência começam a se formar algumas crostas que desaparecem em 7 a 10 dias”, explicou.
Após a remoção, é recomendado o uso de cremes cicatrizantes e calmantes no local, o uso de filtro solar, e evitar a exposição solar.
Quantas sessões são necessárias?
Essa é a pergunta mais frequente nas clínicas dermatológicas, e segundo a doutora Giseli não é possível afirmar, com exatidão, o número de sessões.
“O pigmento da tatuagem leva várias sessões para ser reabsorvido pela pele. Geralmente são recomendadas um mínimo de 6 sessões. A partir de 6 semanas o pigmento começa a reduzir. Mas como comentamos, existe uma série de fatores para que a remoção da tatuagem tenha sucesso. Cada desenho tem características próprias, bem como o organismo do paciente”, finalizou a especialista.